quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Exemplo na Câmara dos Deputados



Eis aí um EXEMPLO de IDONEIDADE e CORAGEM na política brasileira. "Cidinha Campos" é jornalista, radialista e trabalhou em programas de humor. Ingressou na carreira política em 1982, apoiando Leonel Brizola. Vem ganhando visibilidade após seus discursos inflamados e sua postura rígida. Não mede palavras ao apontar fraudes, indícios de corrupção e nomes de candidatos com ações escusas. Sugiro que acompanhem o pronunciamento que fez sobre o deputado estadual José Nader (PTB), que se auto indicou para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Já fez duras e ferrenhas críticas a outros deputados. Segue aqui o link: http://www.youtube.com/watch?v=MRL-dvE0OzY. Acredito que enquanto cidadãos, temos o DEVER de apoiar pessoas assim, não somente criticar e condenar os maus. Ainda existe esperança e solução para nosso país. Brasileiros, vamos à luta!!!!!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A águia e a galinha (em nós mesmos)





Ao ler o livro “A águia e a galinha”, de Leonardo Boff, somos convidados a profundas reflexões. O autor, que é dissidente da Igreja católica elaborou a Teoria da Libertação. Liberdade: aí um substantivo que rege a história de uma águia que cai do seu ninho e fica entregue à própria sorte. Um camponês que ali passava a recolhe e a cria junto com suas galinhas. Eis que se desenha a história de uma águia-galinha. Em síntese: no destino de nossa águia surge um naturalista que contesta aquela situação, ao seu amigo camponês: como pode uma águia viver em um galinheiro? Foi quando um desafio foi lançado e os dois homens rumaram para o alto da casa com a ave nos braços. Num sussurro-ordem, o naturalista soprou no ouvido da águia: - Águia, você não perdeu sua essência, ouça sua voz que clama por liberdade e voe! Mas ao ver suas amigas galinhas ciscando no terreiro,  num pulo errante, a águia retornou pra junto delas. Foi quando o velho camponês, cheio de si, se gabou ao saber que jamais aquela ave voaria. Mas o naturalista não estava convencido e um novo desafio foi lançado no dia seguinte. Como da outra vez, ele encorajou a águia ao voo. Porém, novamente ao ver suas amigas ciscando o chão ela se juntou a elas. Alguns dias se passaram e um fato inusitado ocorreu: um casal de águias cortou o céu daquele sítio. Ao ouvir seu granido, a águia-galinha as fitou no alto. Uma confusão tomou conta dela. Como aquelas duas aves poderiam voar tão alto? Ela se identificou com elas, obviamente. Mas depois de uns dias tudo voltou ao normal e nossa amiga continuava sua vida de ciscar o chão e comer o milho jogado pelo seu dono. Mas nosso amigo naturalista, de súbito teve uma ideia. Foi ter com o camponês e propôs o desafio derradeiro: no dia seguinte, antes do sol raiar, eles levariam a águia ao alto de uma montanha e a fariam voar. O camponês, sempre descrente, topou. E eis que os dois rumaram para o cume de uma montanha, e ainda era escuro. Lá o naturalista tomou a águia em seus braços e estava convencido de que ela voaria. E ainda era escuro quando ele ordenou à águia que voasse. Mas ela estava com medo e assustada com aquele local onde jamais estivera. O camponês se preparava para voltar pra casa quando o primeiro raio de sol despontou no horizonte. Era a oportunidade final. O naturalista a segurou sobre sua cabeça e ela fitou o sol no horizonte. Um ultimato agora: - Águia, você não perdeu seu coração de águia. Ouça sua voz interior que clama por liberdade. Rompa os céus sem limites. Liberte-se de si mesma! VOE! A águia deixou os rios de sol penetrarem em seus olhos e num sobressalto abriu suas asas. E numa envergadura perto de três metros, ela deixou os braços do naturalista e, um pouco errante de início, voou pelos céus. Voou e nunca mais deixou de voar.

Essa história me fascina. Boff, metaforicamente, faz um chamado para pensarmos na condição humana. A mídia, nossos governantes, nossos pais nosso sistema nos condicionam, por vezes, a viver como galinhas. É uma forma de poder invisível. É mais simples não termos que nos preocupar com o que há no alto, naquilo que está mais além. Porém, todos nós trazemos uma centelha divina em nosso espírito. Somos águias. Depende pois, de nós outros escolhermos lançar a voos sublimes. Porém, é mister não olvidarmos que precisamos nos alimentar, precisamos sobreviver, precisamos do essencial. Uma águia, para alçar voo, precisa antes de tudo ter os pés no chão. Eis que Boff conclui sua narrativa assertando que nós devemos ter em mente que nosso potencial interior nos permite ir muito alto, qual as águias. Porém, devemos saber que é preciso garantir nossa condição básica, como as galinhas.