sexta-feira, 1 de abril de 2016

À Ela

À Ela

Não sei como começou
Veio como o vento
Leve, e a mim arrebatou
atiçando meu alento.
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Eis que me vi obstinado
Crédulo, e tanto
que o presente se fez passado
 Trazendo silencioso pranto.
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Os dias passam e me perco
Distante de mim e dela
No meu peito o aperto
Qual cavalo e sua sela.
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Mas no céu vejo resposta
 Cintilante, estrela D’alva
Em silêncio faço aposta

A essa alma, que se salva! 

terça-feira, 12 de março de 2013

Alto Paraíso na Terra

Em janeiro de 2013 conheci o Paraíso... Sim! Um paraíso que tem um pedaço na Terra: Alto Paraíso de Goiás. Cidade bucólica, acolhedora, aconchegante. Um povo simples e hospitaleiro. Pessoas que te tratam com um desvelo ímpar. Situada a pouco mais de 200Km da Capital Federal, Alto Paraíso é um convite à admiração daquilo que seguramente a criação moldou com exuberância. Localiza-se aos arredores da "Chapada dos Veadeiros". Em sua época enquanto presidente, Juscelino a decretou, precisamente em 1961. Desde então o país ganhou um presente: 625 ha de patrimônio natural a ser conservado. Posteriormente, em 2001, o Parque Nacional foi incluído à lista do Patrimônio Natural Mundial pela UNESCO.

Muito além de ganhar este decreto, o Brasil ganhou o reconhecimento a uma natureza encantadora! São mais de 400 cachoeiras catalogadas, muitas outras situadas em terras particulares. Durante a semana em que lá estive, pude conhecer 9 daquelas. Me perdi em meio à beleza da "Cachoeira dos Cristais", à vista maravilhosa da "Cachoeira Água Fria", nos encantos de "Raizama", na indescritível "Poço Encantado", no fascínio da "Cachoeira dos Anjos", e "Arcanjos", nos mistérios de "Saltos I" e "Saltos II" e das volúpias do "Vale da Lua".



Após um banho sob as águas da bacia do Tocantins, banhamos a alma também... É enternecedora a sensação de simplesmente fazer parte daquilo, por alguns instantes que seja. Lembro-me de Nietzsche que dizia que "Nós nos sentimos bem em meio à natureza porque ela não nos julga".

Está aí uma grande verdade! Somos parte de um todo, somos seres integrantes da Criação. Estamos rodeados de provas da perfeição... Ainda assim estamos tendendo a engessarmos nossas mentes em preocupações cotidianas com trabalho, desamores, trânsito, dívidas... O estresse bate à porta e encontra almas receptivas, descuidadas... 


Meus amigos que leem este meu relato, quero fazer um convite a vocês. Dividindo aqui minhas sensações ao conhecer aquele lugar, quero que reflitam sobre o tamanho do presente que recebemos ao nascer. A felicidade em nossas vidas está diretamente ligada à forma como encaramos os problemas, mas, muito além disso, está na nossa capacidade em admirar. Um ato simples, gratuito e que trás a paz de espírito. Recebemos diariamente um convite à vida, a escrever com alegria nas páginas de nossa história. 



Portanto, esqueçamos a queixa, lamúria, ingratidão, crítica, pessimismo e autopiedade e passemos a enxergar sob as lentes da alegria, da gratidão, do bom humor, da confiança e do Amor. Assim, estaremos dando passos firmes em direção à parte mais bela de nossa essência! 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Big Besteirol do Brasil




Terça-feira, 17 de Janeiro de 2012. Hoje se comemora o aniversário de Jim Carrey e Michelle Obama. Nesta data também nasceu Benjamin Flanklin. Este dia (e não julguem pelo nome) é dia de Santo Antão -  Pai de Todos os Monges, e comumente considerado como o fundador do monaquismo cristão (calma, é verdade!)  Poderia ser mais uma terça-feira qualquer no calendário.  Após os recentes acontecimentos que circundam o reality show Big Brother Brasil, me parece que não é bem assim... O Brasil acordou hoje discutindo o provável estupro ocorrido na casa, envolvendo dois participantes. Eis que então o dia 17-01, além de um dia tão importante na vida daqueles grandes atores (não, não os “Brothers”, falo do Jim Carrey)  além de uma oportunidade de reverenciar a memória daquele memorável estadista, inventor e escritor (não, eu não estou falando do Pedro Bial, falo do Franklin!), se torna um dia de presenciar a futilidade das conversações de grande parte de nosso povo brasileiro.
Perdoem-me os fãs e simpatizantes do programa, mas eu quero que voltemos nossas mentes para refletir sobre o real sentido de prostrar-se diante da TV e acompanhar não sei quantas pessoas vivendo confinados como ratos. O que pode se abstrair disso? Pergunto-me: em que isso soma em minha vida?
Na verdade a pergunta acima pode ser respondida, porém infelizmente não é em minha vida que haverá somas... Vamos supor o seguinte: no paredão de hoje 80 milhões de votos são computados. Suponhamos ainda que a Globo faça uma parceria com uma companhia telefônica e rateie 50% dos lucros. Vou considerar que as ligações são R$1,00 (com impostos). Daqueles 80 milhões, somados telefones e sms, são 40 milhões de reais que a Globo embolsaria. São 10 paredões, ou seja, são 10x40 milhões que é igual a R$400 milhões! Não sou bom em matemática, mas estou ousando considerar que este é um fato bastante provável e quiçá possível! E olhe bem, eu não estou considerando aqui o preço pago pelos alienados que assistem pay-per-view, produtos da casa à venda, merchandising e inserções nos intervalos comerciais.
Meus caros, minha querida e suntuosa São João del-Rei, juntamente com cidades vizinhas como Tiradentes e Santa Cruz de Minas passaram recentemente pela maior enchente das últimas 2 décadas! Para que entendam o tamanho de minha revolta, convido a refletirem sobre para o que estamos voltando nossos olhos! Seria necessário mesmo perdermos tempo discutindo a vida de pessoas que são nitidamente joguetes do maior grupo de comunicação da América Latina? Por que não pouparmos um pouco em ligações e sms e destinarmos esta quantia às vítimas da enchente? (ouso supor que 40 milhões dariam para socorrer mais que 3 cidades) Daí você pode argumentar que todos têm o direito a distração, lazer e entretenimento. Eu concordo! Porém, muitas daquelas pessoas que viram a água invadirem suas casas estão precisando muito mais do que lazer, elas estão precisando de um teto, de comida, roupas, remédios ou de um colchão pra dormir (e não trocar carícias para virar notícia na TV!) 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Exemplo na Câmara dos Deputados



Eis aí um EXEMPLO de IDONEIDADE e CORAGEM na política brasileira. "Cidinha Campos" é jornalista, radialista e trabalhou em programas de humor. Ingressou na carreira política em 1982, apoiando Leonel Brizola. Vem ganhando visibilidade após seus discursos inflamados e sua postura rígida. Não mede palavras ao apontar fraudes, indícios de corrupção e nomes de candidatos com ações escusas. Sugiro que acompanhem o pronunciamento que fez sobre o deputado estadual José Nader (PTB), que se auto indicou para uma vaga no Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro. Já fez duras e ferrenhas críticas a outros deputados. Segue aqui o link: http://www.youtube.com/watch?v=MRL-dvE0OzY. Acredito que enquanto cidadãos, temos o DEVER de apoiar pessoas assim, não somente criticar e condenar os maus. Ainda existe esperança e solução para nosso país. Brasileiros, vamos à luta!!!!!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

A águia e a galinha (em nós mesmos)





Ao ler o livro “A águia e a galinha”, de Leonardo Boff, somos convidados a profundas reflexões. O autor, que é dissidente da Igreja católica elaborou a Teoria da Libertação. Liberdade: aí um substantivo que rege a história de uma águia que cai do seu ninho e fica entregue à própria sorte. Um camponês que ali passava a recolhe e a cria junto com suas galinhas. Eis que se desenha a história de uma águia-galinha. Em síntese: no destino de nossa águia surge um naturalista que contesta aquela situação, ao seu amigo camponês: como pode uma águia viver em um galinheiro? Foi quando um desafio foi lançado e os dois homens rumaram para o alto da casa com a ave nos braços. Num sussurro-ordem, o naturalista soprou no ouvido da águia: - Águia, você não perdeu sua essência, ouça sua voz que clama por liberdade e voe! Mas ao ver suas amigas galinhas ciscando no terreiro,  num pulo errante, a águia retornou pra junto delas. Foi quando o velho camponês, cheio de si, se gabou ao saber que jamais aquela ave voaria. Mas o naturalista não estava convencido e um novo desafio foi lançado no dia seguinte. Como da outra vez, ele encorajou a águia ao voo. Porém, novamente ao ver suas amigas ciscando o chão ela se juntou a elas. Alguns dias se passaram e um fato inusitado ocorreu: um casal de águias cortou o céu daquele sítio. Ao ouvir seu granido, a águia-galinha as fitou no alto. Uma confusão tomou conta dela. Como aquelas duas aves poderiam voar tão alto? Ela se identificou com elas, obviamente. Mas depois de uns dias tudo voltou ao normal e nossa amiga continuava sua vida de ciscar o chão e comer o milho jogado pelo seu dono. Mas nosso amigo naturalista, de súbito teve uma ideia. Foi ter com o camponês e propôs o desafio derradeiro: no dia seguinte, antes do sol raiar, eles levariam a águia ao alto de uma montanha e a fariam voar. O camponês, sempre descrente, topou. E eis que os dois rumaram para o cume de uma montanha, e ainda era escuro. Lá o naturalista tomou a águia em seus braços e estava convencido de que ela voaria. E ainda era escuro quando ele ordenou à águia que voasse. Mas ela estava com medo e assustada com aquele local onde jamais estivera. O camponês se preparava para voltar pra casa quando o primeiro raio de sol despontou no horizonte. Era a oportunidade final. O naturalista a segurou sobre sua cabeça e ela fitou o sol no horizonte. Um ultimato agora: - Águia, você não perdeu seu coração de águia. Ouça sua voz interior que clama por liberdade. Rompa os céus sem limites. Liberte-se de si mesma! VOE! A águia deixou os rios de sol penetrarem em seus olhos e num sobressalto abriu suas asas. E numa envergadura perto de três metros, ela deixou os braços do naturalista e, um pouco errante de início, voou pelos céus. Voou e nunca mais deixou de voar.

Essa história me fascina. Boff, metaforicamente, faz um chamado para pensarmos na condição humana. A mídia, nossos governantes, nossos pais nosso sistema nos condicionam, por vezes, a viver como galinhas. É uma forma de poder invisível. É mais simples não termos que nos preocupar com o que há no alto, naquilo que está mais além. Porém, todos nós trazemos uma centelha divina em nosso espírito. Somos águias. Depende pois, de nós outros escolhermos lançar a voos sublimes. Porém, é mister não olvidarmos que precisamos nos alimentar, precisamos sobreviver, precisamos do essencial. Uma águia, para alçar voo, precisa antes de tudo ter os pés no chão. Eis que Boff conclui sua narrativa assertando que nós devemos ter em mente que nosso potencial interior nos permite ir muito alto, qual as águias. Porém, devemos saber que é preciso garantir nossa condição básica, como as galinhas. 

terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Sentido da Vida

O SENTIDO DA VIDA

(Plínio Paiva)

Ao me perguntar sobre o sentido da vida, penso na evolução de um pássaro. Do ninho, ao encobrir-se em volta do ovo, lança-se aos ares, sem limites.
Na vida, somos convidados a eclodir e lançar para novas experiências. Somos convidados a sair da casca de nós mesmos, romper com aquilo que nos aprisiona.
Dessa forma, livres, sendo nós mesmos, estaremos preparados para galgar vitórias e conquistas. Qual o pássaro, nos libertamos para viver.
Não podemos esquecer, todavia, que o mesmo ovo que nos aprisiona é o ovo que nos prepara para a jornada. É nele que nos abrigamos e aquecemos para a vida.
Não é lícito, porém, desperdiçar a valiosa chance de lançarmos ao desconhecido. A vida é muito bela para ser desperdiçada e muito curta para ser entendida.
Ora, o que nos resta, pois? A escolha de nossa ação determinará nossa sorte: contentar-nos com a condição de embrião ou lançarmo-nos para os céus mais sublimes. 

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Teu Corpo

Teu Corpo
Plínio Paiva

Das brumas secretas do campo,
O vi surgindo, lânguido de um porto.
Fascínio me envolveu de sorte e tanto,
E dali emergiu para mim, teu corpo.
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As dores d´alma aos poucos,
Se foram, despedindo a tempo.
E os dias para mim de loucos,
Passaram a sublimes, em cada momento.
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Vi-me descobrindo teu cheiro,
E tuas curvas mansas, sinistras,
Me conduzindo para mim mesmo,
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A menina se revelou em pistas.
Aos poucos me tornei inteiro,
Para amar-te, sem medo, sem malícias!