terça-feira, 30 de novembro de 2010

O Sentido da Vida

O SENTIDO DA VIDA

(Plínio Paiva)

Ao me perguntar sobre o sentido da vida, penso na evolução de um pássaro. Do ninho, ao encobrir-se em volta do ovo, lança-se aos ares, sem limites.
Na vida, somos convidados a eclodir e lançar para novas experiências. Somos convidados a sair da casca de nós mesmos, romper com aquilo que nos aprisiona.
Dessa forma, livres, sendo nós mesmos, estaremos preparados para galgar vitórias e conquistas. Qual o pássaro, nos libertamos para viver.
Não podemos esquecer, todavia, que o mesmo ovo que nos aprisiona é o ovo que nos prepara para a jornada. É nele que nos abrigamos e aquecemos para a vida.
Não é lícito, porém, desperdiçar a valiosa chance de lançarmos ao desconhecido. A vida é muito bela para ser desperdiçada e muito curta para ser entendida.
Ora, o que nos resta, pois? A escolha de nossa ação determinará nossa sorte: contentar-nos com a condição de embrião ou lançarmo-nos para os céus mais sublimes. 

Um comentário:

  1. É bonito falar sobre liberdade e ao mesmo tempo é interessante quando você menciona a importância da casca do ovo que, em seus aportes, é prisão e é vital.
    A sociedade vive momentos de exaltação da iniciativa, do imediatismo, do "atrever-se". É a cultura de que bom é "correr atrás", é viver o máximo de coisas que se quer enquanto há tempo. A frase "antes se arrepender do que fez a se arrepender do que não se fez" tornou-se mais que um mero ditado popular, mas uma filosofia.
    Repito, é bonito falar sobre liberdade. Mas será que hoje O BONITO não é falar a respeito de liberdade?
    A felicidade passou a ser associada a agir protamente, a experimentar mais coisas, a consumir, a sentir mais que raciocinar, a viver quantitativamente, a ser livre para "fazer o que der vontade".
    No entanto, a ambigüidade se instaurou quando essa mesma sociedade passou a ser prisioneira dessa liberdade, porque aquele que não vive de acordo com esse padrão é considerado tímido, bobo, sem iniciativa, inapto seja para o mercado de trabalho ou para a conquista do sucesso tão aspirado no imaginário social.
    Entendam que é impossível ser totalmente livre pois isso se configurará em um total aprisionamento.
    O efeito do "libertismo" não é tão surpreendente na medida em que já é conhecida a expressão "o feitiço virou contra o feiticeiro".
    O ideal social de libertação tem formado pessoas escravas da liberdade. São pessoas que realmente acreditam que sua sorte depende unicamente de suas ações e que por isso não devem desperdiçar nenhuma oportunidade.
    Ora, se a ordem é se prontificar a buscar sempre, a ordem também será não se dar por satisfeito. E o que é satisfação? É algo diretamente ligado a felicidade. Qual é o fenômeno patológico atual? A depressão.
    Claro! Se você crê que sua vitória depende exclusivamente de não desperdiçar nenhuma oportunidade, não se dá por satisfeito e não é feliz, de quem seria a culpa por seu fracasso? Sua!

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